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SBC Forum (Sociedade Brasileira de Cuteleiros) Everything about Brazilian custom knives and knifemakers - this is the official forum for the "Sociedade Brasileira de Cuteleiros". "O forum oficial da Sociedade Brasileira De Cuteleiros - tudo sobre o mundo da Cutelaria Artesanal no Brasil!"

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  #1  
Old 06-30-2009, 07:40 PM
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Ricardo Lala Ricardo Lala is offline
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-= Enciclop?dia da cutelaria brasileira =-

Amigos cuteleiros,
Este ? o espa?o para dividirmos termos e defini??es sobre cutelaria, postem apenas aquilo que tenham conhecimento pleno e fa?a parte do cotidiano, com cita??o de fonte e proveni?ncia, pois num pa?s grande e com tal diversidade cultural, com certeza haver? diverg?ncias e coincid?ncias interessantes.
Este n?o ? um espa?o para discuss?es!
Contamos com a colabora??o de todos.


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Ricardo Lala
Korth Knives
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  #2  
Old 06-30-2009, 11:42 PM
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A?o Cir?rgico

T?rmo usado em algumas facas americanas e japonesas como marketing, desejando ligar o a?o da faca ao poder de corte dos bistur?s cirurgicos. Raramente neste tipo de faca colocam a designa??o do verdadeiro a?o utilizado portanto pode ser um inox 420, um inox 440C ou qualquer outro a?o inox pois sempre ? usado em a?os inoxid?veis. Alguns cuteleiros e cutelarias brasileiras adotaram este marketing em suas pe?as colocando explicitamente a grava??o "a?o cir?rgico" ou apenas citando isto como argumento de venda do produto.


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Marcos Soares Ramos Cabete
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  #3  
Old 07-01-2009, 07:42 AM
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T?mpera.

Do "A?os e Ligas Especiais" de Andr? Luiz V. da Costa e Silva e Paulo Roberto Mei:

" A t?mpera consiste em resfriar o a?o, ap?s austeninitiza??o, a uma velocidade suficientemente r?pida para evitar as transforma??es perl?ticas e bain?ticas na pe?a em quest?o. Deste modo, obt?m-se estrutura metaest?vel martens?tica."

Traduzindo: A t?mpera consiste em aquecer-se o a?o a temperatura onde adquira estrutura austen?tica ( temperatura diferente para cada tipo de a?o ), normalmente uma tempetarura cr?tica onde o a?o deixe de ser magn?tico ( n?o ? mais atraido pelo im? ) e ent?o resfriar rapidamente o a?o em meio apropriado ( ?gua, salmora, ?leos, parafinas, ar, etc.. conforme o tipo de a?o e o resultado final que se pretende ) transformando a estrutura austen?tica em estrutura martens?tica.

Os l?quidos ou gases utilizados no resfriamento s?o chamados de "meios de tempera" e podem ser usados em diferentes temperaturas provocando maior ou menor choque t?rmico conforme a necessidade e tipo de a?o.

Ap?s a t?mpera ? usual que se fa?a um al?vio de tens?es que se chama REVENIMENTO e pode-se tamb?m fazer um tratamento SUB-ZERO com o congelamento do a?o a baixas tempetaturas assuntos para outros t?picos.

Nem todos os a?os s?o temper?veis.

In?meros fatores afetam a TEMPERABILIDADE de um a?o.


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Marcos Soares Ramos Cabete
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  #4  
Old 07-01-2009, 10:43 AM
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Hoffmann Hoffmann is offline
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Ter?ado.

Pelo que diz nosso dicion?rio Aur?lio:
Verbete: ter?ado
[Substantiva??o de ter?ado, part. de ter?ar.]
S. m.
1. Espada de folha curta; sabre:
2. Bras. Fac?o grande:
Adj.
3. Que se ter?ou.


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Milton Hoffmann
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  #5  
Old 07-01-2009, 11:36 AM
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Send a message via MSN to Rafael_Bessa
Partes da faca de ponta.

Retirado do livro "Apontamentos sobre a faca de ponta" de Oswaldo Lamartine.


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Rafael Bessa
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MSN: rafael_bessa@hotmail.com

Last edited by Rafael_Bessa; 07-01-2009 at 11:52 AM.
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  #6  
Old 07-01-2009, 02:51 PM
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Glossario da Knife Company ( Laercio Gazinhato )

Segue abaixo o link para este extenso gloss?rio organizado Pelo Gazinhato:

http://www.knifeco.ppg.br/glossario.htm


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Marcos Soares Ramos Cabete
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  #7  
Old 07-12-2009, 08:16 AM
Devanir Devanir is offline
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Segue abaixo o link muito interessante para DESCRI??O DE ALGUNS A?OS DE CUTELARIA.
http://br.geocities.com/francoatirad...ecutelaria.htm


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Devanir BRAGA
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  #8  
Old 09-03-2009, 08:14 AM
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Forjando Uma Tenaz:

Vejam como ? f?cil!!

http://www.youtube.com/watch?v=qrw6XH-lb08


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Marcos Soares Ramos Cabete
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  #9  
Old 01-19-2010, 07:08 AM
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Post A?os para a cutelaria

A?OS PARA A CUTELARIA


Marcos Soares Ramos Cabete
Ribeir?o Preto, Janeiro de 2010
Introdu??o
No s?culo dezoito e antes dele j? se sabia que o carbono era um elemento importante a ser adicionado ao ferro para formar os a?os e sabia-se que a quantidade de carbono influenciava na dureza do a?o e na reten??o do fio no entanto n?o dominavam a dosagem do carbono a ser dissolvido no a?o ent?o usavam o m?todo de colocar o ferro l?quido em um cadinho de grafite e mant?-lo aquecido por v?rios dias para que pudesse absorver o carbono das paredes do mesmo, dependiam da experi?ncia de pessoas que visualmente avaliavam o ponto correto de retirar o a?o do cadinho. Era complicado pois depois que o a?o esfriava o carbono n?o era homog?neo variando a cada batelada e com um gradiente de maiores e menores concentra??es de carbono no volume do cadinho o que exigia que o a?o fosse trabalhado para ser homogeneizado.
Pelo final do s?culo dezoito, na Inglaterra, um relojoeiro descontente com a varia??o de qualidade dos a?os mola que obtinha dos fornecedores resolveu fazer experi?ncias e conseguiu dosar o carbono a ser adicionado a uma por??o de ferro fundido criando o primeiro cast steel da hist?ria. ? partir disto os a?os evolu?ram tremendamente e a cidade de Sheffield na Inglaterra, onde ocorreu esta cria??o do cast steel e que j? era um grande centro cuteleiro passou a ser o maior centro cuteleiro do mundo com grandes f?bricas como a Josefh Rodgers que chegaram a ter mais de 2000 funcion?rios antes da entrada no s?culo vinte.
Estes a?os carbono dominaram por muito tempo, acrescentaram ent?o outros metais em diferentes propor??es e durante a primeira grande guerra ao fazerem experi?ncias para melhorar o a?o dos canos das armas os produtores de a?o observaram que um a?o com grande quantidade de cromo n?o se manchava com facilidade, perceberam que este a?o poderia ser ?til na cutelaria e o forneceram experimentalmente a duas fabricas surgindo o a?o menos manchavel ou o hoje popular a?o inoxid?vel inicialmente este a?o ficou com a fama de ser ruim de corte e muito dif?cil de ser trabalhado. Problemas que estavam equacionados e solucionados por volta de 1920.

O carbono no a?o e na cutelaria.
Se tomarmos uma jarra de ?gua pura e a ela acrescentarmos um corante em pequena quantidade, ou uma mistura de p?s para suco, ela ser? modificada em sua totalidade e passar? a ser algo diferente da ?gua pura, com novas caracter?sticas.
Desta mesma forma o ferro puro que n?o se presta a quase nada ? modificado por pequenas quantidades de carbono dissolvido em sua estrutura ganhando resist?ncia mec?nica importante nas constru??es civis e de equipamentos industriais e para a cutelaria ganhando dureza e manuten??o do corte que s?o qualidades procuradas por todos que querem um instrumento de corte.
Esta mistura de ferro com carbono passa a chamar-se a?o e dependendo do percentual de carbono teremos caracter?sticas diferentes de dureza e outras propriedades.
Para a cutelaria costumamos falar que os a?os devem ter no m?nimo 0,6% de carbono, abaixo disto existem a?os que podem ser usados para ferramentas espec?ficas como espadas que sofrer?o grandes golpes e precisam de uma flexibilidade especial.
Os a?os em uso hoje no Brasil ficam entre 0,6% e 2,15% de carbono, acima disto existem alguns poucos a?os produzidos ? partir de p?s e que chegam por volta de 2,5% de carbono.

Quanto mais carbono melhor?
N?o ? bem assim... muitos procuram sempre o a?o mais, o a?o plus, o hiper duro, acreditando que a?os extremamente duros n?o perder?o o corte nunca.
A?os duros costumam tamb?m ser quebradi?os. Quanto maior a dureza menor a flexibilidade ? uma regra que o cuteleiro sempre procura contornar e encontrar meios t?cnicos de superar e existem in?meros truques para conseguir melhorar esta rela??o obtendo a?os de alta dureza no fio mas que tenham a flexibilidade adequada.
Outro grande problema do a?o extremamente duro ? na hora de fazer a reafia??o. O leigo n?o tem uma lixadeira de cinta em casa como os cuteleiros possuem e na maioria das vezes tamb?m n?o possui pedras de afiar cujo abrasivo seja o diamante como muitos profissionais e aficcionados possuem ent?o ocorre o grande drama, uma faca de a?o dur?ssimo perde o corte e o seu propriet?rio fica na m?o pois n?o consegue afi?-la na hora que mais precisa.
H? que se ter um equil?brio entre dureza e flexibilidade e um limite de dureza que permita a reafia??o com o uso de ferramentas ?normais?, ou at? mesmo improvisadas conforme o uso da faca ( sobreviv?ncia, pescarias, acampamentos ... ).

A?o carbono ou a?o inox?
Aqui entra muito o gosto particular da pessoa que ir? usar a pe?a.
As facas em a?o carbono s?o mais tradicionais, podem assumir acabamentos r?sticos ou mesmo contrastes interessantes entre o r?stico e o polido espelhado e quando bem polidos estes a?os formam uma bela p?tina acinzentada durante o uso que acabam por denotar o zelo de seu propriet?rio pois se logo ap?s o uso a faca ? lavada e seca formar? uma p?tina brilhante e uniforme j? se ap?s o uso a faca for abandonada sobre a pia, suja de sal e lim?o para ser lavada no dia seguinte ela certamente ter? pontos de ferrugem e a p?tina que ir? se formar ser? toda manchada, o que tamb?m ? apreciado por alguns. O sabor do alimento cortado por uma faca de a?o carbono pode ser diferente do sabor do mesmo alimento cortado por uma de a?o inox, segundo os paladares mais requintados, assim para certas iguarias como os sashimis certas culturas recomendam o uso do a?o carbono.
O a?o inox ? um a?o menos manchavel e que exige menores cuidados no dia a dia, aceita ficar um tempo sem a limpeza desde que n?o seja exagerado e conserva seu brilho de cromo por mais tempo.
O inox pode ser a melhor escolha para tarefas que envolvam ?gua salgada como facas de mergulho, n?o que o a?o carbono n?o desempenhe esta fun??o mesmo porque pode ser utilizado com coberturas protetoras como teflon ou ep?xi mas o inox exigir? do usu?rio menor cuidado com a pe?a.
Certos pa?ses, como o Brasil, exigem legalmente que facas de uso em a?ougues e restaurantes sejam de inox e com cabos injetados para dificultar a entrada de part?culas contaminantes entre a l?mina e o cabo, j? outros pa?ses n?o fazem estas exig?ncias podendo o profissional da alimenta??o usar facas de a?o carbono com cabos de madeira e outros materiais j? que existem m?todos simples de se fazer a higieniza??o de uma faca antes e ap?s o uso.
No Brasil temos poucas op??es comerciais de a?os inoxid?veis levando alguns cuteleiros a importarem uma variedade maior destes a?os para suas pe?as.

Faca forjada ou somente desbastada?
A forja ? uma ferramenta onde pelo uso de calor e press?o o cuteleiro pode modelar o a?o conforme sua necessidade e/ou vontade.
N?o se consegue, ou fica muito caro e trabalhoso, produzir uma faca integral ga?cha usando apenas o m?todo de desbaste no entanto usando-se a forja o cuteleiro aquece o a?o e o modela em uma bigorna com suas marretas dando-lhe o formato desejado.
Em outras situa??es a faca a ser produzida tem ondula??es, curvas, fazendo com que para a sua produ??o por desbaste o cuteleiro necessite de uma chapa larga de onde recortar a pe?a. Se esta chapa larga n?o est? dispon?vel o cuteleiro forjador pode lan?ar m?o da forja e partir de uma chapa mais estreita, fazer as curvas necess?rias. S?o casos t?picos em que a forja ? indispens?vel.
Facas ? partir de pistas ou esferas de rolamento, muito comuns no Brasil s? s?o poss?veis por forjamento.
Para certos a?os, em especial os a?os carbono, o forjamento bem executado melhora as propriedades do mesmo para o corte promovendo um refinamento dos gr?os.
E existem os a?os de alta liga que pouco ou nada se beneficiam do forjamento e ainda situa??es em que o uso da forja pode ser um risco para as caracter?sticas t?cnicas originais do a?o. Existem assim cuteleiros que s? fazem facas forjadas, cuteleiros que s? fazem facas desbastadas e cuteleiros que fazem facas forjadas e facas desbastadas tudo depende da linha de trabalho a que ele se dedica.

A alma do a?o.
A alma de uma faca ? formada pelos seus tratamentos t?rmicos que podem incluir o recozimento e a normaliza??o durante o trabalho do cuteleiro sendo o recozimento para amolecer o a?o e a normaliza??o para aliviar as tens?es acumuladas e que podem traduzir-se em trincas ou deforma??es na hora do tratamento t?rmico principal.
O principal tratamento t?rmico ? a tempera, seguida do revenimento. A tempera ir? endurecer o a?o, ? um choque t?rmico controlado que pode sofrer in?meras varia??es conforme o a?o e a t?cnica dominada e escolhida pelo cuteleiro. Pode-se pr? aquecer ou n?o o meio de t?mpera que na maioria das vezes ? constitu?do por um ?leo fino, pode-se temperar a pe?a toda igualmente ou apenas parte dela ( tempera seletiva ) o que permite deixar o fio muito duro mas o restante da l?mina flex?vel, pode-se usar meios de t?mpera que ir?o resfriar a pe?a em diferentes e importantes velocidades como ?gua, ?gua com sais, ?leos diversos, parafinas, etc..
N?o cabe aqui discutirmos os detalhes metal?rgicos do que ocorre durante a tempera, basta saber que ela ? o principal tratamento t?rmico de uma faca e se o artes?o n?o a dominar deve entregar a pe?a a empresas ou outros profissionais pois pode nesta fase destruir todo o trabalho realizado e se domina as t?cnicas necess?rias poder? dar ? pe?a uma bela alma e personalidade.
O revenimento ? um aquecimento a temperaturas mais baixas do que a tempera e tem por objetivo eliminar as tens?es causadas pela tempera. Se a pe?a n?o for adequadamente revenida depois da tempera poder? ficar quebradi?a partindo-se com uma simples queda da faca ao solo. Usa-se fazer revenimentos simples duplos ou triplos conforme a necessidade do a?o em uso. No revenimento pode-se tamb?m calibrar a dureza da l?mina deixando-a adequada para uma f?cil reafia??o.
O sub-zero ? como uma continuidade da t?mpera que ent?o n?o para ? temperatura ambiente, serve para promover uma maior transforma??o das estruturas moles em estruturas duras dentro do a?o. Usa-se sub-zero ? setenta graus negativos, feito com gelo seco e acetona, e sub-zero ? cento e noventa e seis graus negativos, feito com nitrog?nio l?quido. Este tratamento deve ser subseq?ente ? tempera, ou seja, deve ser realizado em poucas horas ap?s a t?mpera. N?o acredite em sub-zero feito semanas ap?s a tempera, ele ir? apenas congelar e descongelar a l?mina sem promover qualquer modifica??o na estrutura do a?o que j? estar? est?vel. O sub-zero ? ?til em particular para os a?os de alta liga e os inoxid?veis.

Alguns a?os usados na cutelaria.
Existem in?meras nomenclaturas para designar os a?os pois al?m das nomenclaturas t?cnicas oficiais cada fabricante tem uma forma diferente de identificar suas diferentes ligas e a bagun?a ? grande, n?o queira entender tudo de uma vez, v? absorvendo as informa??es aos poucos, um a?o de cada vez.
Os a?os ?simples?, ou seja, aqueles cujos componentes importantes s?o apenas ferro e carbono s?o designados por n?meros que come?am pelo algarismo um e cujos algarismos finais definem o percentual de carbono assim:

1020 ? um a?o simples com 0,2 % carbono. Este a?o n?o se presta ? cutelaria mas ? muito usado na constru??o mec?nica de maquinas e nos dispositivos das oficinas como bancadas e gabaritos e mesmo para o cuteleiro fazer cabos e soldar nas pe?as que ir? forjar quando n?o usa tenazes.

1045 tem 0,45% de carbono. J? come?a a ?pegar tempera? se feita em ?gua. Pode ser uma op??o para algumas espadas e fac?es mas existem outros melhores.

1070 com 0,7% de carbono j? come?a a ser usado na cutelaria, principalmente em sandu?ches com outros a?os para formar a?os tipo damasco.

1095 com 0,95% de carbono ? o a?o padr?o das limas de boas marcas e d? boas facas para quem gosta de um a?o tradicional ? moda antiga. Muito bom para fazer facas de ?poca, r?plicas de facas antigas, por exemplo. Tamb?m muito usado em combina??o com outros para fazer a?o damasco. ? um bom a?o para o cuteleiro iniciante praticar o forjamento.

Quando o primeiro n?mero muda ele indica elementos de liga no a?o assim os a?os que come?am com o digito cinco s?o os que tem um pequeno percentual de cromo em sua liga. Os n?meros finais continuam indicando o percentual de carbono assim:

5160 ? um a?o com 0,6% de carbono e pequeno percentual de cromo. Muito usado em molas automotivas ? sem d?vida o principal a?o do cuteleiro forjador iniciante e a prefer?ncia de muitos forjadores experientes. ? um a?o bom de se trabalhar e que apresenta resultados ?timos seja para uma espada seja para facas pequenas como skiners ou facas m?dias e grandes. Tudo depender? da alma ( tempera e revenimento ) que receber.

52100 ? o a?o com 1% de carbono e um pouco de cromo de que s?o feitos a maioria dos rolamentos. Encontr?vel em barras redondas e chatas e reciclado de pistas de grandes rolamentos ou esferas de grandes di?metros tem se transformado em uma grande prefer?ncia dos cuteleiros brasileiros, principalmente para o forjamento. ? um a?o de excelente custo benef?cio e que apresenta afia??o e reten??o de fio excelentes.
Outros a?os com diferentes nomenclaturas s?o comumente usados como:

O1 ? ( diz-se ? um e n?o zero um ) com 0,9% de carbono e que tem ainda Mn, Si, Cr e W em sua composi??o, produz excelentes facas de f?cil reafia??o e ?timo fio. Tamb?m encontrado sob a denomina??o de VND.

D-2 ? j? chega ? 1,55% de carbono, tem 12% de cromo e ainda Van?dio e Molibd?nio em sua composi??o ? um a?o mais complexo para o cuteleiro mas produz excelentes facas.

K-100 ou VC-130 ? um a?o ferramenta com 2% de carbono, dif?cil de desbastar, exige uma t?cnica mais apurada em sua t?mpera como o pr? aquecimento do ?leo e um bom revenimento mas produz facas excelentes quando bem trabalhado. Se mal trabalhado pode gerar facas muito quebradi?as e de dific?lima reafia??o dom?stica. Normalmente K-100 ? a denomina??o do importado da Alemanha e VC-130 do similar nacional.

D-6 , VC-131, K-107 e Sverker 3 tamb?m s?o a?os similares apenas de proced?ncias diferentes e com cerca de 2% de carbono.

A?os inoxid?veis.
Os a?os inox comercializados no Brasil s?o poucos concentrando-se basicamente em dois.

420 ? que possui diferentes percentuais de carbono conforme a origem mas sempre por volta de 0,3 a 0,4% e 12% de cromo, ? um a?o marginalizado por muitos cuteleiros mas se bem trabalhado pode chegar a 54HC de dureza que ? uma dureza suficiente para muitas facas de cozinha e outros usos menos severos. ? bem resistente ? oxida??o e de baixo custo.

440C ? ? seguramente o a?o inox mais usado no Brasil, com seus 0,95% de carbono quando temperado adequadamente e passando por um tratamento sub-zero proporciona uma excelente durabilidade do fio bem como uma afia??o muito boa. Dependendo da origem pode ter um polimento mais dif?cil para chegar no espelhado.

Sandvik 12 C 27, VG-10, ATS-34, BG-42, 154-CM, S30V s?o alguns outros bons a?os inox importados usados pelos cuteleiros brasileiros com certa freq??ncia e aplicados a suas pe?as.

Existem v?rios outros a?os e os cuteleiros est?o sempre experimentando e procurando a?os que proporcionem bom fio, fio dur?vel, flexibilidade da l?mina, f?cil reafia??o e outras qualidades que alidadas ? beleza possam ser usados em suas cria??es.

Outros materiais:
N?o ? usual mas tamb?m encontramos laminas em talonite, cer?micas de alumina ou zirc?nia, tit?nio e outros materiais.

A?os Damasco s?o a?os compostos por caldeamento de outros diferentes a?os. O cuteleiro pode fazer obras de arte fant?sticas com esta t?cnica e produzir a?os que aliem beleza, flexibilidade e poder de corte excepcionais. Pela complexidade destes a?os deixaremos para explic?-los em capitulo ? parte.

Lendas.
Em todos os neg?cios existem os honestos, os profissionais e os que procuram os meios mais f?ceis e nem sempre corretos para venderem seus produtos assim existem denomina??es que procuram levar o interessado a ter uma falsa expectativa quanto ao desempenho da l?mina.

Alguns colocam a marca Solingen em suas facas para dar a impress?o de que s?o feitas na Alemanha com bons a?os. N?o existe a marca Solingen na Alemanha pois Solingen ? uma regi?o produtora de a?os. ? muito diferente quando o fabricante coloca a sua marca e cita: a?o de Solingen.

Outros para evocarem o poder de corte da l?mina colocam: ?A?o cir?rgico?. Perguntei a um amigo que ? cirurgi?o pl?stico sobre o poder de corte dos bisturis de hoje e segundo ele como s?o descart?veis usam a?os ordin?rios, alguns bisturis s?o abertos e jogados fora de t?o ruins, outros praticamente serram o paciente que felizmente est? anestesiado.
Fazer a tempera em noites de luas especiais ou usando sangue, urina, vinho ou outras subst?ncias esquisitas n?o melhora a l?mina. S?o apenas espertezas de pessoas que n?o sabem fazer corretamente ent?o inventam estas conversas.

Usar meteorito misturado ao a?o ? outra lenda usada.

Alguns desonestos ainda fazem a faca em inox 420 mais barato e gravam 440C na l?mina por isto ? muito importante conhecer a idoneidade de seu fornecedor.

Cortar cebolas e lavar a faca em ?gua quente n?o estragam o corte. O que estraga o corte ? usar a faca sobre superf?cies duras como porcelanas e vidros.

Hoje existem in?meros bons cuteleiros no Brasil. Pessoas honestas trabalhadoras e com grande conhecimento t?cnico para a produ??o de obras de arte com a tecnologia necess?ria e adequada ao bom desempenho como ferramentas de corte. Desconfie quando a conversa for para lados m?sticos e esot?ricos pois uma faca ? composta de a?o e materiais de empunhadura e fornituras agrupados com t?cnica e arte, somente isto. N?o existe reza ou supersti??o que possa melhorar uma faca, apenas o conhecimento t?cnico do artes?o e a qualidade dos materiais empregados.
Esperamos t?-lo auxiliado fornecendo informa??es b?sicas ?teis para que tome uma boa decis?o e compre a ferramenta adequada a sua necessidade no entanto se ainda tiver d?vidas entre em contato.

Atenciosamente,
Marcos Cabete
cabete@brascopper.com.br


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Marcos Soares Ramos Cabete
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  #10  
Old 01-19-2010, 07:33 AM
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VictorCoelho VictorCoelho is offline
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Ja tem bastante tempo q nao logo no forum por mero desinteresse mas depois q o Cabete me mandou o texto acima e disse q havia postado aqui, faco questao de parabeniza-lo em publico.
Pela primeira vez leio um texto sobre cutelaria, simples e direto, sem firulas ou magicas e sem o irritante tom professoral!!!
O q eu poderia acrescentar ou cortar seriam apenas opinioes pessoais, nada mais!!
Cabete, parabens!!!!!!!
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  #11  
Old 01-19-2010, 09:14 AM
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GTC GTC is offline
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Tambem gostei bastante, obrigado, Cabete!


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  #12  
Old 11-21-2010, 06:18 PM
pavanati pavanati is offline
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Grande Cabete!
Sou cuteleiro novato mas trabalho 15 anos na metalurgia.

Fiquei impressionado com o texto. Limpo e preciso sem delongas.
Na medida certa para o que um cuteleiro ou ferreiro quer. Parab?ns!

S? substituiria o termo "flexibilidade" para Tenacidade, que ? mais correto.

A flexibilidade do a?o muda muito pouco com tratamentos t?rmicos. O que muda na verdade ? a tenacidade.

Quanto maior a dureza tendemos a ter menor tenacidade.
Ja a flexibilidade esta ligada com a composicao quimica do aco.

Flexibilidade - est? relacionada com o quanto o material se alonga quando aplicada uma certa for?a.
Tenacidade - est? relacionada com a energia necess?ria para fraturar uma pe?a.

Henrique C Pavanati
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  #13  
Old 11-24-2010, 06:18 PM
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cabete cabete is offline
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Obrigado.

Henrique,
Obrigado por suas palavras.


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Marcos Soares Ramos Cabete
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  #14  
Old 12-17-2011, 04:52 PM
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Hist?rico do forum

Um caminh?o de informa??es ?teis sobre a cutelaria pode ser encontrado aqui neste forum.
Tudo que se discutiu e se discute por aqui fica arquivado e isto est? sendo feito desde 2002.
O endere?o destas enorme fonte de pesquisa:

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Marcos Soares Ramos Cabete
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  #15  
Old 02-20-2012, 05:42 PM
eclaudin eclaudin is offline
 
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Excelente artigo ! Muito obrigado.
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