Damasco inox + carbono.

[Tio B]

Buenas, gostaria que os senhores cuteleiros me esclarecessem uma d?vida a t?tulo de curiosidade: ? poss?vel caldear a?o inox com a?o carbono?
Obrigado.

[Lepazini]

Caro amigo:

J? fiz varios testem em a?o damasco , e lhe garanto se o seu problema ? em rela??o a oxida??o, ?pos ter feito a revela??o do padr?o use um trabalho de antioxida??o aplicando uma oxida?? negra na lamina isso ? muito bom; Voltando ao assunto da sua pergunta at? hj n?o vi nenhuma pesquisa que obteve exito na tentativa de caldear a?os carbono com a?os inoxidaveis , devido a diferen?a da temperatura de caldeamento que ambos tem , n?o vou negar que ja tentei esperiencias com 5160+440 , 420 + 310 , e 1095+ 310 , todas deram falhas terriveis , devido a este fato hj so uso VCO + O1 , assim o resultado ? muito bom.

Abra?os

Leandro Pazini

[marcopolo]

Por favor, poderia me esclarecer se ? poss?vel fazer o damasco usando dois tipos de a?o inox, e quais seriam os tipos ideais? E uma vez caldeado o a?o, como fazer a revela??o do padr?o?
Desde j? agrade?o e envio um forte abra?o!

[cabete]

Marcopolo,
Aproveitando o seu gancho gostaria de perguntar a quem tem comprado damascos de inox no exterior ( aqueles industriais ) com que tipos de inox eles s?o feitos pois fiz uma ?nica experi?ncia ainda n?o conclusiva mas pode ser que querer agregar 440C n?o seja uma boa id?ia e que existam combina??es de a?os mais f?ceis ( ou menos dif?ceis ) de se caldear.

[Ferrari]

Geralmente quem faz damasco inox ? a Damasteel e o Devin Thomas. E tudo ? feito em forjas especiais, com controle de temperatura digital, etc.

Particularmente acho perda de tempo tentar estas experi?ncias (o Pazini q o diga!).

Quando come?amos na cutelaria, temos o ?mpeto de tentar matar um le?o por dia, fazer o q nunca foi feito, descobrir o q n?o foi descoberto, etc. Acho q depois desta fase, o cuteleiro se concentra em fazer uma boa faca (ainda bem q depois de 10 anos tentando fazer uma faca decente, estou conseguindo fazer menos porcarias!).

Aqueles que descobrem este caminho cedo se d?o bem. Fazer um bom damasco de carbono j? exige bastante do cuteleiro. Como diz o Vilar: -Caldear ? uma coisa, fazer damasco ? outra.

[cabete]

Ferrari,
Minha av? tinha um ditado de sua prefer?ncia que era: " Cada um, cada um!" algo muito parecido com: "Cada cabe?a uma senten?a!"
Traduzindo: Tem gente que se diverte mais fazendo as experi?ncias do que fazendo as facas e n?o ? o caso de querer ser o primeiro a fazer pois muita gente j? fez pelo mundo afora. ? s? uma quest?o de que ? divertido fazer algo diferente da rotina.
Quanto aos damascos de inox dia destes lendo "A enciclop?dia das facas" v? l? uma dica que se correta pode vir a ser a solu??o do caldeamento de a?os inox de uma forma mais simples. Digo " se correta" pois aquela enciclop?dia ? cheia de erros, principalmente quando come?am a falar dos processos de t?mpera e revenimento, se algu?m seguir aquilo ir? destruir as l?minas pois converteram tudo errado as temperaturas. Em alguns casos simplesmente trocaram o "F" pelo "C" das temperaturas sem converter os valores"!
Neste caso acho v?lido testar e retestar a teoria e s? vir a divulg?-la se conseguir algum resultado pr?tico que seja ?til a n?s cuteleiros. Por esta raz?o pergunto das combina??es de a?os inox que o pessoal pratica l? fora pois j? estou lidando com uma quest?o t?cnica dif?cil que ? o caldeamento de inox ( ou melhor: tentativa de caldeamento ) e fazer a experi?ncia com algo j? testado e praticado por l? significa eliminar algumas vari?veis da mesma.
N?o sei qual a experi?ncia que nosso amigo Marcopolo possui com caldeamento de damascos, se for iniciante ou com pouca experi?ncia ( como eu ) devo dizer que o caldeamento de inox s? deve ser encarado como uma experi?ncia se possuir alguns par?metros t?cnicos in?ditos a serem testados pois de outra forma ser? apenas um bom exerc?cio f?sico e suadouro restando um monte de chapas de inox destru?das.

[Ferrari]

Entendo Cabete.

Realmente ? legal sair da rotina, mas acho q isto deve ser feito somente quando os conhecimentos t?cnicos b?sicos estiverem plenamente dominados.

Bati muita cabe?a quando comecei e hoje vejo q cometi muitos erros, coisas q n?o faria e n?o fa?o, e procuro passar isto para quem est? come?ando.

Assim como ? poss?vel fazer uma obra prima em 5160 e madeira, tb ? poss?vel fazer uma porcaria em damasco e marfim.

Uma coisa q sempre recomendo aos meus alunos e a quem est? come?ando: Comece pelo come?o, que ? o princ?pio do in?cio. O dom?nio da forja, da t?mpera, do desbaste, do acabamento, etc. Estas devem ser as metas a serem alcan?adas antes de voar mais alto.

[cabete]

"Uma coisa q sempre recomendo aos meus alunos e a quem est? come?ando: Comece pelo come?o, que ? o princ?pio do in?cio. O dom?nio da forja, da t?mpera, do desbaste, do acabamento, etc. Estas devem ser as metas a serem alcan?adas antes de voar mais alto."
Ferrari, concordo plenamente. A ?nsia de fazer uma bela faca leva o iniciante a atropelar muita coisa.
Dia destes um rapaz aqui de minha cidade mostrou-me uma bela faquinha que fez de mola de fusca e presenteou ao pai d?le.
Realmente o acabamento estava primoroso e o cabo muito bonito tendo conseguido um acabamento na madeira que normalmente eu n?o tenho a paci?ncia e fazer.
Perguntei-lhe ent?o se havia forjado a l?mina de 5160 de mola: N?o, s? desbastei!
E a t?mpera? voc? recozeu a l?mina e depois temperou novamente? Resposta: N?o, a t?mpera ? a original da mola!
Resumindo: a parte mais importante da confec??o da faca que ? o tratamento t?rmico adequado havia sido pulada!! Pura ansiedade pois o rapaz sabia que teria que fazer a t?mpera, s? que n?o sabia fazer e estava com pressa de acabar a faca para presentear o pai.

[marcopolo]

N?o sei qual a experi?ncia que nosso amigo Marcopolo possui com caldeamento de damascos...

Cabete,

A ?nica experi?ncia que tenho com "damasco" ? com aquelas frutinhas amarelas que parecem uma orelha seca.
Quando disse para minha mulher que ia caldear o damasco com b?rax, ela perguntou se n?o podia ser com calda de a??car mesmo...
Na verdade, sou um pretendente a aspirante de aprendiz de cuteleiro, estou acompanhando o f?rum h? uns seis meses, fazendo as ferramentas e tentando fazer algumas faquinhas, mas ainda n?o saiu nada que possa ser chamado pelo nome de faca.
Minha curiosidade foi puramente te?rica, s? para adquirir conhecimento a ser usado sabe-se l? quando...

Um forte abra?o a todos, especialmente ao compadre "Tio B", meu companheiro nessa divertida empreitada.

[cabete]

O "Tio B" disse no forum que aprendeu comigo a fazer machados partindo de martelo bola, depois citou "O Rei dos Lubrificantes" que ? daqui de Ribeir?o portanto deve ser daqui da cidade mas n?o estou localizando quem que possa ser ...

[cabete]

"Tio B",
Como viu parece que por estas bandas ningu?m ainda conseguiu o estado da arte do caldeamento dos a?os inox.
Eu s? vejo interesse em caldear inox com inox.
Qual seria a vantagem de caldear inox com carbono? Est?tica?
Se o que procura for a est?tica ent?o lhe sugiro algo facil e dominado que ? o damasco de alto contraste onde caldeia-se o a?o carbono com N?quel puro. Como o N?quel n?o oxida e tamb?m n?o ? corroido com os ?cidos que normalmente usamos para revelar o damasco consegue-se um efeito lind?ssimo.
O ?nico defeito do N?quel que ? a baixa dureza temos contornado fazendo o damasco de alto contraste e na ?ltima dobra colocando-se uma l?mina de um bom a?o carbono no centro do billet onde depois ser? feito o fio.
Se precisar de N?quel procure-me que tenho um pequeno estoque.

[Lepazini]

Amigos:

Desejo muita sorte aos amigos, pois sofri que nem um louco para "tentar" fazer uma lamina no dito damasco inox , comecei com billets de 420 + 302 pois qndo conversei com o mike sakmar que ? um especialista em Mokume ele me deu essa dica pois queria tentar entrar em contato com o Mr Devin thomas, Mas mike me alertou que Mr Thomas ? uma pessoa que prefere reservar seus segredos , m?s me passou a dica de que alguns damascos ditos Inox S?o feitos em AtS 34 + 302 como eu sou um cara pobre N?o quis tentar em Ats uma esperiencia que teria altas chances de dar errado , por isso s? usei peda?os de 420 e 440 pois estes eu possuia em grande quantidade, o outro material que eu usei foi 302 , nenhuma das tentativas obtive exito nem com temperaturas muito acima do ponto critico obtive um resultado bom , optei em seguida pelo 320 Identico resultado , ap?s isto busquei tentar com o 304 foi deste o unico resultado que consegui um caldeamento " PARCIAL* " note que quando forjei a lamina que media umas 10 polegadas de comprimento , apos usinar notei que o caldeamento resultante desta composi??o era realmente imprestavel em todos os fatores , pois:

1 - por si s? o a?o 420 ? um lixo para facas de m?dio ou alto valor comecial, seu teor de carbono ? quase insignificante e quando exposta a temperaturas de caldeamento este sofre muito desgaste , oque os mais antigos que trabalham com tempera em empresas de grande porte do ramo chamam de a?o Mapeado , ou seja toda a estrutura fica danificada. resultado das altas temperaturas.

2 - mesmo que se consiga o trabalho de normaliza??o seria arduo pois com esta composi??o Deus sabe que temperatura seria a ideal para normalizar esta coisa.

3 - Alguns tempo depois fui descobrir que QUASE TODOS os damascos inoxidaveis s?o fruto de cria??es que tem seu inicio em metodo do p? , ou seja as composi??es s?o feitas em fornos especiais e n?o em forjas.

4 - Com todos estes fatores eu realmente desanimei e deixei este tipo de esperiencia de lado , pois mesmo fojando a 10 anos me considero um Noob ou iniciante neste assunto de damasco inox, deixo a chance dos caros amigos testarem e tor?o pelo resultado positivo ,mas alerto que damasco inox pelo metodo de forma??o por Billets ou sanduiche como queiram chamar ? + complexo que lendario Wootz que at? hj ? obra apenas dos grandes mestres forjadores.

Leandro Pazini

[cabete]

Leandro,
Hoje l? uma frase interessante que dizia ser a ci?ncia um edif?cio que nunca se termina de construir. Nossa busca pessoal ou coletiva pelo conhecimento ? isto a?, uma busca sem fim, que nunca se d? por satisfeita.
Voc? seguiu por uma linha de pesquisa e agora nos coloca seus resultados o que ? bom pois encurta ou muda o caminho de muitos que buscam a mesma coisa e ? partir de suas experi?ncias compartilhadas conosco podemos pular algumas etapas e j? ir direto a outros testes.
Na enciclop?dia das facas, vers?o em portugu?s de Portugal, encontramos muitos erros de tradu??o que podemos observar pelo nosso conhecimento t?cnico mas uma coisa me chamou a aten??o: Quando o autor est? discorrendo sobre os a?os damasco ele fala dos damascos de a?o carbono e diz que para fazer os damascos de inox basta adicionar n?quel.
Como vez ou outra tenho caldeado meus damascos de alto contraste com a?os carbono e N?quel imaginei ent?o colocar entre cada camada uma fina l?mina de N?quel de tal forma que a uni?o de cada inox fosse sempre com o N?quel puro e n?o inox com inox.
Minha primeira experi?ncia foi muito mal executada pois quiz juntar esta experi?ncia com a de caldear em forja ? g?s, coisa que eu n?o tinha a m?nima experi?ncia e ? claro que nada consegu?.
Passei ent?o a perseguir o caldeamento em forja ? g?s pois o carv?o judia muito aqui no calor de Ribeir?o Preto.
Fiz apenas dois billets no g?s, os dois com sucesso. Vou fazer mais alguns e voltar a experimentar o caldeamento dos inox usando o N?quel como elemento de liga??o.
Se der certo ?timo! Se n?o der continuamos a procurar que uma hora trope?amos na solu??o. Um artigo em uma revista de uma associa??o de fomento ao uso do inox diz que o mesmo pode ser unido por caldeamento, preciso escrever para eles qualquer hora destas ...

[cabete]

Aqui na fabrica usamos cobre de v?rias proced?ncias e mesmo sendo todos cobres eletrol?ticos com 99,9 % de pureza existem diferen?as entre eles pois foram processados de formas diferentes.
Alguns vergalh?es s?o laminados ? frio, outros s?o ? quente, e mais alguns outros detalhes fazem com que a granulometria de cada cobre seja diferente.
Existem uns laminadores Finlandeses que s?o ?timos pois produzem cobre isento de oxig?nio, muito bom para a trefila??o de fios fin?ssimos no entando no in?cio da trefila??o quando um rolo de vergalh?o termina e tem que se soldar outro era uma caos soldar este tipo de cobre. A grande granulometria de seus gr?os produziam uma solda fr?gil que se quebrava no interior da trefila.
Um operador resolveu o problema de forma muito simples. Colocou entre os dois vergalh?es deste cobre um peda?o de um cobre produzido por outro sistema e que tem granulometria fina. As soldas ganharam um pouco mais de resist?ncia e conseguiram passar pela trefila sem romper.
?s vezes a solu??o ? muito simples mas encontr?-la pode ser at? mesmo obra do acaso !!

[Geraldo Le]

Boa noite amigos,
olha o que eu achei:

http://www.bladeforums.com/forums/sh...d.php?t=364420

Abra?os,
Geraldo