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SBC Forum (Sociedade Brasileira de Cuteleiros) Everything about Brazilian custom knives and knifemakers - this is the official forum for the "Sociedade Brasileira de Cuteleiros". "O forum oficial da Sociedade Brasileira De Cuteleiros - tudo sobre o mundo da Cutelaria Artesanal no Brasil!" |
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#1
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Aust?mpera
Anos atr?s creio que o sumido IKOMA abriu um post sobre este assunto. Na ?poca meus conhecimentos e mesmo minha curiosidade pela metalurgia eram bem menores e n?o dei muita aten??o ao assunto.
Recordando algumas coisas no Chiaverini e no Mei fiquei curioso quanto ? aust?mpera. A ?nica dificuldade da mesma ser? a de montar um meio de sais fundidos ou talvez um ?leo de silicone para manter a temperatura constante por volta de 300 graus por um bom per?odo que pode chegar ? 24 horas. Vantagem: n?o necessitar do sub-zero pois neste processo toda a austenita ser? transformada em bainita e conseguir um a?o de boa dureza ( reten??o de corte ) com uma resist?ncia a impactos bem superior ? tempera seguida de revenimento e sub zero tradicionais. Penso que seria um tratamento ideal para pe?as grandes como espadas e fac?es. Desvantagem: ? um tratamento mais demorado e n?o se aplica a todos os a?os. Desde aquele post inicial do IKOMA algu?m tentou este tratamento t?rmico na cutelaria? Se tentou quais os a?os e os resultados? Vale a pena montar uma estrutura de temperatura controlada para faz?-lo na oficina de cutelaria? __________________ Marcos Soares Ramos Cabete kbt@brascopper.com.br Ribeir?o Preto-SP - Brasil |
#2
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Cabete,
ate onde sei, esse processo eh muito vantajoso, como vc diz, para pecas longas. Porem nao compensa para pouca producao e/ou pecas pequenas. Estou com uma peca de 5160, para fazer austempera numa firma especializada. Forte abraco, Victor |
#3
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Tecnica simples, equipamentos nem tanto...
Na verdade a t?cnica ? bem simples pois aquece-se a pe?a at? a temperatura cr?tica e esfria-se rapidamente em um meio que mantem a temperatura entre 260 e 450 graus dependendo dos materiais em tratamento t?rmico. Nesta temperatura ent?o o material ? mantido por at? 24 horas dependendo do a?o para que toda a austenita se transforme em bainita e n?o em martensita como ocorre na t?mpera normal.
As vantagens vem do fato que a estrutura da bainita n?o provoca tens?es internas e o material n?o precisa ent?o ser revenido e al? de ter uma boa dureza, equivalente ? da tempera normal o material assim tratado passa a ter uma resist?ncia ao impacto muito maior. O que um cuteleiro precisaria ter? Al?m da forja que todo cuteleiro tem precisaria de um tanque com temperatura controlada e um meio que pode ser composto por sais sol?veis em ?gua ( para facilidade de limpeza posterior ) ou de um ?leo de silicone para altas temperaturas. Aquece-se na temperatura cr?tica, "resfria-se" na cuba especial e deixa-se nesta temperatura durante o tempo necess?rio que pode ser de algumas horas, retira-se a l?mina e estar? pronta para o uso. Sem sub-zero e sem revenimento. Ser? que algu?m j? testou este m?todo? __________________ Marcos Soares Ramos Cabete kbt@brascopper.com.br Ribeir?o Preto-SP - Brasil |
#4
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Ola Cabete.
Sou eu de novo. Tudo correto nas tuas observacoes. O unico problema eh ter um forno especifico para fundir os sais. Eh um pouco caro e este tratamento eh normalmente aplicado na industria. Alem disso, o forno por ser do tipo vulcao ele normalmente queima oleo para fundir os sais e produz uma poluicao violenta. Alem disso, os sais sao agressivos ao meio ambiente e geralmente toxicos (a base de cianetos). A austempera assim como a martempera sao os "filezinhos" do tratamento termico. Se voce conseguir fazer otimo. Eu tenho uma apostila sobre introducao aos materiais e tem um capitulo especifico sobre tratamentos termicos (para tecnico em mecanica). Link da apostila: http://www.4shared.com/document/WLs-..._C_Pavana.html Tem este video do telecurso 2000 tambem. A austempera eh mostrada em 11:30min. Existem acos que se pode obter bainita num resfriamento continuo (p/ex em oleo). Mas dai precisaria dos diagramas TTT ou CCT para selecionar o aco e a velocidade de resfriamento. |
#5
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muito boa informa??o!!!!!!!
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#6
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Aproveitando, as navalhas da marca Dovo passam por esse processo de aust?mpera.
__________________ Felipe Canabarra |
#7
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Pessoal,
Aproveitem as dicas do professor Henrique Pavanati e n?o deixem de baixar sua apostila aqui disponibilizada. N?o ? sempre que temos um Doutor em Metalurgia por aqui nos auxiliando. Henrique, obrigado por compartilhar conosco os seus conhecimentos. __________________ Milton Hoffmann Bras?lia - D.F |
#8
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Quais sais...
Pavanati,
Estive viajando e aqui na fabrica para ver estes v?deos ou baixar coisas grandes ? muito dif?cil ent?o s? vou ver em casa ? noite mas j? adianto umas d?vidas. Que sais s?o estes que se usa? N?o existem ?leos ? base de silicones que suportem estas temperaturas? Aqui na fabrica usamos ?leos que trabalham ? mais de 200 graus, vou contactar o fornecedor para ver se tem algo termicamente mais resistente. Se tiver n?o fica dif?cil montar uma cuba com aquecimento por resist?ncia blindada e temperatura controlada. __________________ Marcos Soares Ramos Cabete kbt@brascopper.com.br Ribeir?o Preto-SP - Brasil |
#9
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Cabete, ao inv?s de sal poderia ser usado um banho de estanho. A prop?sito, sua encomenda t? a caminho.
__________________ Visitem meu Blog: www.emilcio.wordpress.com |
#10
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Gostei...
Emilcio,
Gostei da id?ia do estanho apesar que o volume tem que ser contido pois o danado ? meio caro. J? encontrei por aqui um ?leo que suporta at? 315 graus, ? um ?leo de transfer?ncia t?rmica. Vou ca?ar uma cuba no ferro velho e o ano que vem testamos esta t?mpera. Que bom saber que minha encomenda chega ainda este ano. Ante ontem fui a Campinas para viajar para Recife pela Azul pois n?o confiei em ir por aqui pela TAM mas me ferrei do mesmo jeito. Estava tudo atrasado e acabei desistindo, cancelei meu check in e peguei minha mala de volta retornando a Ribeir?o. Mas aproveitei para visitar o Montanaro, pegar sua rosquinha que vo?? deu pro Devanir ( ) e pegar meu novo chap?u Cury de pelo de lebre que havia encomendado em uma c?r especial, verde alem?o. E a coluna t? boa? Ser? que n?o ? por ficar dando sua rosquinha pros outros que ela fica ruim? At? mais. __________________ Marcos Soares Ramos Cabete kbt@brascopper.com.br Ribeir?o Preto-SP - Brasil |
#11
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Quote:
Esse eu quero ver! Tenho uma amiga em Campinas que foi secret?ria por 20 anos pro v?io Cury. |
#12
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Cacete Cabete. Vc. vem em Campinas, que n?o tem boa fama de macheza, compra um chapeu de couro de lebre, uuuuiiii, verdinho, que me lembra um clube de futebol de Campinas, que possui uma torcida organizada chamada Guerreiros da tribo, que por sua vez s?o conhecidos pela, digamos "delicadeza. E eu que estou dando a rosquinha? Explica melhor esse lance pro pessoal a?, sen?o v?o pensar mau de mim.
__________________ Visitem meu Blog: www.emilcio.wordpress.com |
#13
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Canequinha de alum?nio...
Quando vou a? em Campinas levo minha canequinha de alum?nio pois o problema da? n?o ? o vento lateral do centro e nem a qualidade da ?gua... o problema ? a altura dos bebedouros de ?gua, fizeram muito baixinhos e pra beber ?gua o cidad?o fica em uma posi??o complicada ent?o levo uma caniquinha e bebo ?gua em p?!!
__________________ Marcos Soares Ramos Cabete kbt@brascopper.com.br Ribeir?o Preto-SP - Brasil |
#14
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AHAHAHAHA
Muito boa! Essa eu nao conhecia... Eu sempre digo que o perigo ta na ?gua, mas que os campineiros ja nascem com anticorpos... A? o pessoal que vem de fora, desprevenido, sem imunidade, a? toma um pouco de ?gua... ja viu, n?? Temos que nos defender de alguma forma, n?o pode deixar barato! |
#15
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Detalhes da Austempera
Vamos la.
Nao sou um especialista em austempera. Mas fiquei curioso e fui dar uma olhadinha neste tratamento. - Alguns enganos que cometi no coment?rio anterior: Os sais s?o principalmente a base de nitratos e n?o de cianetos e os fornos para fundir os sais podem ser de v?rios tipos... N?o necessariamente poluentes... Para fazer a austempera ? necess?rio resfriar o metal rapidamente at? uma temperatura intermedi?ria. O qu?o r?pido deve ser este resfriamento vai depender do a?o. Em geral, quanto maior a temperabilidade MAIOR ser? o tempo para se chegar nesta temperatura intermedi?ria. Vamos a um exemplo: Para o a?o 5160 (talvez o mais utilizado em cutelaria). Vai abaixo o diagrama TTT deste a?o. Deve-se aquecer o a?o a aproximadamente 800?C. O resfriamento deve ser mais r?pido que o cotovelo da curva TTT. Logo, deve-se resfriar de 800?C a 400?C em menos de 5 segundos (considerando que a pe?a tem uma certa espessura). No caso da austempera deve-se fazer um ciclo isot?rmico (ou seja deixar a pe?a numa temperatura fixa por algum tempo). A temperatura a ser escolhida depende da dureza pretendida. Quanto maior a temperatura menor a dureza. Por?m deve ser realizado dentro de uma faixa espec?fica: entre a temperatura do cotovelo da curva TTT (aprox. 500?C) e logo acima da temperatura Ms (inicio da transforma??o martens?tica, ou seja, 250?C). Eu sugeriria uns 300?C, pois ter?amos uma dureza consider?vel uns 52 HRC. A pe?a deve permanecer nesta temperatura at? que toda austenita tenha se transformado em BAINITA. Pelo diagrama ? algo em torno de 1 hora. (talvez um pouco mais). A temperatura do ciclo isot?rmico (300?C) ? a temperatura do banho a ser escolhido. Da? que entra o meio de arrefecimento a ser escolhidos: Sais, ?leos, pol?meros, metais fundidos... - Metais fundidos: tem a limita??o da temperatura de fus?o. Se n?o me engano o chumbo se funde a 330?C.. (razo?vel). Por?m ficaria temeroso em colocar uma pe?a a 800?C nele. Poderia haver borbulhamento, ou talvez emiss?o de vapor de chumbo que ? MUITO t?xico. O estanho tem ponto de fus?o menor (230?C)... Neste caso n?o seria poss?vel utilizar proximo a temperatura de fus?o, pois a temperatura est? abaixo da MS. Neste caso ter?amos martensita como resultado do tratamento. Existe a possibilidade de se trabalhar com estanho superaquecido (300?C), mas a tend?ncia de formar gases ? ainda maior... - ?leos. Existem ?leos no mercado que suportariam um tratamento a 300?C. (n?o saberia indicar algum agora). Mas, deve-se ficar atento ao risco de inflamar. Alem disso, os ?leos por produzirem bolhas durante o resfriamento do metal a partir de 800?C perdem efici?ncia e homogeneidade no resfriamento. - Sais: S?o os mais indicados, pois pode-se escolher um sal apropriado para o tratamento, uma vez que possuem uma melhor taxa de transfer?ncia de calor, e possuem menor risco de inflamar ou de explodir. Como ? sol?vel em ?gua, o sal ? facilmente removido da pe?a. Um fornecedor destes sais que conhe?o ? a Duferrit ou a Brasimet... Espero ter ajudado... Henrique C Pavanati |
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